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Diagnóstico

O diagnóstico de uma intoxicação por estricnina baseia-se, principalmente, nas manifestações clínicas apresentadas e na história de exposição, ou seja, se a pessoa envenenada esteve exposta a alguma fonte de estricnina, no entanto, poderá existir uma confirmação laboratorial para tornar o diagnóstico mais preciso e fiável, excluindo possíveis situações que poderão levar a manifestações clínicas semelhantes às apresentadas no envenenamento por estricnina.

Diagnóstico diferencial

O diagnóstico diferencial é essencial para despistar uma intoxicação por estricnina porque os sintomas apresentados neste caso são semelhantes aos apresentados em caso de epilepsia, intoxicação com simpaticomiméticos (por exemplo, cocaína e anfetaminas), tétano e rabdomiólise. Num episódio de intoxicação por estricnina, as manifestações das convulsões são ligeiramente distintas das que ocorrem nos casos descritos anteriormente, porque a vítima permanece acordada e em alerta durante as convulsões, as convulsões são muito dolorosas e os movimentos são muito bruscos, podendo induzir pânico na vítima. O envenenamento de estricnina é inúmeras vezes confundido com o tétano devido à hiperatividade muscular observada nos dois casos, no entanto, numa pessoa com tétano o aparecimento dos sintomas é mais gradual e a duração é maior.

Referências:

[13] https://toxnet.nlm.nih.gov/cgi-bin/sis/search2/f?./temp/~Nxrbxs:3 (acedido a 18-04-2017).

[17] Smith, Brent A. "Strychnine poisoning." The Journal of emergency medicine 8.3 (1990): 321-325.

A estricnina pode ser detetada no aspirado gástrico, urina, sangue e tecidos através de uma variedade de métodos. Existem testes rápidos, dependentes de mudanças de cor (reação colorimétrica), mas estes possuem baixa especificidade. A Cromatografia em Camada Fina (TLC) fornece informações qualitativas confiáveis, enquanto que a Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC), adicionalmente, fornece dados quantitativos.  Outros métodos incluem a Cromatografia gasosa acoplada à espetrometria de massa  (GC-MS) e eletroforese capilar. Para a maioria dos casos, é suficiente utilizar a TLC para confirmar a intoxicação por estricnina, sendo a urina e o aspirado gástrico as amostras mais úteis para confirmar o diagnóstico porque, normalmente, os níveis sanguíneos não são fiáveis. Apenas a reação colorimétrica é viável para a utilização no momento da intoxicação de modo a auxiliar nas decisões clínicas a tomar, uma vez que os restantes métodos são  morosos e a atuação clínica rápida é essencial para aumentar a probabilidade de sobrevivência.

A estricnina está presente nos tecidos em níveis muito baixos (0,01 mg/L), mas a sua deteção é possível, e resiste à putrefação no pos mortem. Os ensaios quantitativos não são muito utilizados nas urgências médicas, uma vez que é suficiente a confirmação da presença de estricnina no organismo, mas são muito úteis para a investigação e fins forenses.

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